Por Chili Douglas
A Audi, como esperado, dominou a prova, sem chance para a concorrência. A concorrência em questão na verdade era a Toyota. Mas, com um erro bobo, o trapalhão Nakajima protagonizou um dos maiores vexames da corrida, ao tirar o simpático Delta Wing da prova. O acidente de Anthony Davidson, no entanto, foi bem mais grave. Criminosamente fechado por um senhorzinho, Davidson decolou e se esborrachou todo. Duas vértebras quebradas, uns três meses de recuperação e um desejo homicida de vingança. Mark Webber agora se prepara para tentar voos mais altos em La Sarthe.
Sem a concorrência nipônica, restou a escuderia das quatro argolas rumar ao seu 11º título em 13 edições da corrida. Pequenos acidentes derem uma emoçãozinha, mas todos já sabiam que após o abandono dos Toyotas, ninguém seria páreo para os Audi.O trio Marcel Fassler/Andre Lotterer/Benoit Treluyer mandou bem e levou o bicampeonato da competição. A equipe alemã ainda fechou o pódio com a segunda e a terceira posições. Marc Gené deu uma bobeada lá e deixou o quarto lugar escapar. Na última volta, os quatro carros da equipe deram um jeito de se juntar e então, em uma cena linda, passaram pela linha de chegada juntos, como os verdadeiros campeões que eles são. Destaque para a primeira vitória de um carro híbrido na história de Le Mans.
Na Classe GT Pro, o velho de guerra Giancarlo Fisichella conquistou a vitória, que ele classificou como “mais emocionante que qualquer outra dele no F1”. Claro, né meu filho. Vencer em La Sarthe deve realmente ser mais legal que vencer em Sepang. Todo o drama envolvido na conquista é digno de um livro. Após bater nos treinos, Fisichella teve que receber um chassi novo, vindo direto da Itália. A equipe trabalhou no carro por nove horas sem parar e entregou o carro novinho em folha, porém, largando da última posição. O único brasileiro na prova, Jaime Melo, conquistou o segundo lugar na categoria.
O carro mais simpático. O carro que mais atraiu olhares. O pretinho. O feioso. O glorioso Delta Wing não teve muita sorte. No lugar errado, na hora errada, o carro acabou atingindo de maneira grotesca pelo bólido Toyotesco de Kazuki Nakajima e foi direto aos muros. Satoshi Motoyama, desolado, desceu do carro e tentou concertá-lo sozinho, mas acabou não conseguindo reparar os danos. Sad But True. Recebendo informações dos mecânicos, o japonês fez de tudo mas não conseguiu consertar o patinho feio, já que pelo regulamento da prova, ele era o único que poderia tocar no carro fora dos boxes. Chorou então, como uma criança.